Flor do abismo

Como se tudo fosse se tornar um abismo que já parte do nada, minha direção tomou o rumo contrário, se fez abstrata e sem conteúdo para que eu pudesse entender ou apenas me permitir ser quem necessito. Contudo, não posso me doar ao que não pode ser duvidoso ou esperançoso ao ponto de fazer minha existência pairar no ar, de me deixa incrédula. Prefiro o nada disfarçado, o incompleto que ilude,  a certeza de não saber o bastante, o irreal, supérfluo, o que aflige e cega, o que não pode ser tomado e denominado. O nada me possibilita ser tudo.