Se a mente quisesse e fosse capaz de expandir, se o corpo fosse o suficiente para suportar a dor de ser o que não se quer e se os olhos conseguissem explicar a teoria do que se sente; grande seria diante do extraordinário fato de viver cercado pelos lobos de Hobbes. Lidar com a fila de consumismo que atrasa os compromissos, as roupas de fios lisos e as meias pardas.A crença de que a humanidade é bela é errônea. Enquanto pensa além do que permite a ciência, o homem selecionado já pisou na Lua, conquistou a Casa Branca e fez o tetraplégico andar. Constrói o fetichismo de consumo e deixa preso em sua própria condição de cidadão. Aquele que acorda e desfalece logo pela manhã, que precisa fazer o cafe, pagar para chegar ao trabalho, que deseja o fim do expediente e não vê a família fora do calendário de datas comemorativas.
Por já não ser mais possível acreditar no material, ergue as mãos para o alto, esperando que algo possa fazer por si o que só conseguiria em jogos de azar.